A utilização de gramados sintéticos é um tema debatido nas principais ligas de futebol do mundo, mas sua adoção é restrita à elite do esporte. Clubes das principais competições da Inglaterra, Espanha, França, Itália e Alemanha utilizam predominantemente gramado natural ou híbrido. A Espanha, a partir de 2031, proíbe novos campos de grama sintética com microplásticos, enquanto a Itália não proíbe mas não possui clubes na Série A com tal gramado, exceto um. A Holanda vetou gramados sintéticos e incentiva manutenção de gramados naturais, refletindo preocupações sobre lesões e qualidade do jogo.

O apresentador Neto criticou Felipe Melo durante o programa 'Os Donos da Bola' por suas declarações contra gramados sintéticos, considerando-as hipocrisia. Melo, ex-jogador do Palmeiras, expressou preocupação com o impacto negativo que esse tipo de piso tem nos atletas, citando lesões como consequência. Neto reprovou a postura do comentarista, questionando sua falta de reclamações enquanto jogava no Allianz Parque, que adota gramado sintético desde 2020. A discussão sobre o tema ganhou força, especialmente no Brasileirão, onde estádios como o Allianz Parque e Arena da Baixada utilizam gramados sintéticos ou híbridos.

Após a manifestação de grandes jogadores contra o uso de gramados sintéticos no futebol brasileiro, o Athletico-PR emitiu um comunicado em suas redes sociais defendendo a Ligga Arena, que utiliza esse tipo de gramado. O clube enfatizou a importância de um diálogo mais abrangente entre os clubes sobre a questão. Além disso, o Athletico-PR afirmou que não existem estudos científicos que comprovem um aumento significativo no risco de lesões em gramados sintéticos. Desde 2016, a Ligga Arena tem utilizado gramado sintético, mostrando uma postura firme diante das críticas.

Um movimento crescente entre grandes jogadores de futebol brasileiro, incluindo Neymar e Thiago Silva, exige o fim dos gramados sintéticos no Brasil. Essa discussão gera um questionamento importante: os gramados sintéticos realmente aumentam o risco de lesões em comparação aos naturais? Estudos científicos realizados ao longo dos anos, incluindo uma meta-análise, indicam que a incidência de lesões é, na verdade, menor nos gramados artificiais, desafiando a percepção popular. Embora algumas preocupações sobre entorses em gramados sintéticos persistam, as evidências não comprovam um aumento significativo de lesões, sugerindo que a escolha da superfície deve ser mais criteriosa.

Alessandro Oliveira, CEO da Soccer Grass, desafiou clubes brasileiros a submeterem seus gramados naturais a testes rigorosos, semelhantes aos do Allianz Parque, estádio do Palmeiras. Ele destacou que a manutenção de campos naturais não possui exigências semelhantes, citando Maracanã e Morumbi como exemplos. Este desafio surge em meio a protestos de jogadores famosos, como Neymar e Thiago Silva, que criticam gramados sintéticos, afirmando que o futebol profissional não deve ser jogado nessas superfícies. O movimento dos atletas aponta para a necessidade de melhores condições de jogo no Brasil, priorizando gramados de alta qualidade.